Ou não?
Quis o destino que no meu aniversário fosse lançado, pela Harcourt, a mais recente obra de Florence Parry Heide: Dillweed’s Revenge: A Deadly Dose of Magic. Chamá-la de “a mais recente obra” é uma contradição porque, na verdade, este livro já está escrito há cerca de 40 anos. Esperou na gaveta, passou de editor em editor; enfim perdeu-se no tempo, tudo porque à data da sua concepção houve um conflito de prazos em relação à conclusão da ilustração que estaria então a cargo de Edward Gorey – ilustrador de obras emblemáticas desta escritora norte-americana.
Tendo a certa garantia de que Gorey faria um brilhante trabalho de ilustração, Carson Ellis recebeu este proposta e, em colaboração estreita com Florence Parry Heide, entregou uma obra de arte que já foi merecedora da medalha de prata da The Original Art: Society of Illustrators.
A intrincada ilustração foi toda ela pintada a guache, um desafio para a Carson Ellis; desafio este levado ao pormenor, desde os mais pequenos detalhes das composições gráficas das páginas, à própria caligrafia do texto e até da numeração do código de barras da capa.
Num tom irónico e poético o narrador apresenta um menino solitário – Dillweed – filho único, transparente ao olhar dos pais, que não vai aceitar essa situação para sempre, a sua vingança é consumadamente soturna. O texto é contido mas divertido e sempre numa nota satírica que, astutamente, prepara os leitores para o desfecho macabro que Dillweed conjura. A mistura do humor sardónico com o horrendo vai ofender alguns, mas para os fãs de Roald Dahl, Edward Gorey ou Hilaire Belloc, este livro será uma preciosidade.
Para saber mais sobre a ilustradora Carson Ellis, clique aqui.
E clique aqui para conhecer a Society of Illustrators.
Poderão encontrar a Harcourt na nossa lista de editoras.
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Fernando Carvalho
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